O setor de transportes desempenha um importante papel na economia, seja no deslocamento de pessoas ou de cargas. A busca por inovação neste setor é constante, neste aspecto, quem está conquistando os holofotes são os veículos elétricos. Os veículos elétricos (VE’s) já são uma realidade, isso não dá para negar, mas o que esperar desta tecnologia? Neste post, iremos comentar sobre o assunto.
Fonte: carroeletrico.com.br
Os veículos elétricos não fazem uso de nenhum tipo de combustível fóssil para rodar. Dessa forma, seu deslocamento não emite gases poluentes à atmosfera. Por serem movidos a eletricidade, os carros trafegam de maneira silenciosa, sem contribuir também para a poluição sonora.
Incentivos para o eletrificação da frota
O mercado de veículos elétricos na Europa e nos Estados Unidos vem crescendo em ritmo acelerado ano após ano. Em frente a este crescimento estão as políticas e incentivos governamentais como é o caso da Alemanha que votou pela proibição dos motores de combustão interna até 2030, isso significa que a partir deste ano apenas veículos com motores elétricos, hidrogênio ou outras fontes limpas podem ser vendidos no país.
No Brasil, este mercado ainda é pequeno, segundo os dados da ABRAVEi, de toda a frota de veículos apenas 1673 são elétricos e 4623 híbridos. Mesmo com este pequeno número, o cenário está ganhando forças, um exemplo disto é a chamada de P&D Estratégico nº 22/2018 da ANEEL, para Desenvolvimento de Soluções em Mobilidade Elétrica Eficiente.
Um dos fatores mais importante para a popularização dos veículos elétricos é o desenvolvimento das baterias. As baterias são a alma dos veículos elétricos e também a grande vilã da por trás da história, chegando a custar 80% do valor do veículo. Proporcionar uma maior autonomia e deixá-las mais acessíveis são os objetivos dos desenvolvedores.
Fonte: Nissan Leaf
A maioria dos carros elétricos funcionam com baterias de íon de lítio, que estão se aproximando rapidamente de seu limite teórico de densidade de energia. E para contornar este aspecto as empresas não poupam esforços para encontrar uma forma de avançar. Um exemplo disto é a aposta da Tesla que nos próximos anos poderá produzir em larga escala baterias de alcance mais longo com 50% a mais de densidade de energia.
E a infraestrutura de recarga?
Aquele velho ditado “o que veio primeiro o ovo ou a galinha?” é aplicado aqui também. Antes dos carros elétricos é preciso um mínimo de suporte para a tecnologia. Estações de recarga em locais públicos e rodovias é um alicerce para o aumento do número de VE’s. Uma ferramenta interessante para visualizar os carregadores instalados é o PlugShare, a Figura abaixo mostra todos os carregadores de uso público disponíveis cadastrados na plataforma.
Fonte: PlugShare
Inaugurando a primeira eletrovia Brasileira em 2018, a Copel, Companhia Paranaense de Energia também está contribuindo para o desenvolvimento dessa base de suporte. A eletrovia cruza o estado partindo de Paranaguá até Foz do Iguaçu que faz fronteira com o Paraguai.
Fonte: Copel Energia
A UFSM também faz parte do projeto de mobilidade elétrica eficiente. Sendo a primeira instituição pública do estado a possuir um veículo totalmente elétrico. O projeto visa o desenvolvimento de tecnologias de suporte para os usuários de veículos elétricos além da instalação de um eletroposto gratuito de carga rápida. A UFSM encontra-se no centro do estado do Rio Grande do Sul, logo o eletroposto terá uma importante localização para o desenvolvimento posterior de eletrovias que cruzem o estado.
Fonte: CEESP
Mas de maneira geral quais são as vantagens e as desvantagens da frota de veículos elétricos? A seguir será listada algumas delas.
Vantagens
- Economia para o deslocamento urbano: os veículos elétricos possuem o modo “econômico” de deslocamento, isto é, quando o veículo é freia ele recarrega as baterias.
- Possibilidade futura de inserção de energia na rede: Uma tecnologia que está sendo estudada ainda é a V2G. A V2G é basicamente a capacidade de inserir a energia que está armazenada no carro para a rede elétrica. Quais seriam as vantagens disto acontecer? Pensando em tarifas de energia como a ,tarifa branca que em diferentes horários do dia os valores da energia variam, o veículo poderia ser carregado em momentos que a energia é mais barata e injetar na rede (“vendendo”) quando é mais cara, gerando mais economia para os usuários.
- Isenção de IPVA em alguns estados brasileiros: Os estados do Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte dão 100% de isenção do imposto para carros elétricos e híbridos.
- Mantê-lo é mais econômico: Um veículo elétrico gasta o equivalente a R$ 0,08 por quilômetro rodado, enquanto o movido a combustível fóssil gasta em média mais de R$ 0,40. Outra vantagem é a manutenção bem mais simples e com menor periodicidade.
Desvantagens
- Investimento inicial: os veículos elétricos mais “populares” partem da casa dos R$ 120 mil os deixando menos acessíveis.
- Estações de recarga: como o mercado ainda está em estágio embrionário a falta de infraestrutura de suporte para os usuários é predominante.
- A baixa autonomia: a autonomia média dos veículos vendidos no Brasil é por volta de 300 km em condições ideais, bem abaixo da autonomia dos veículos da Tesla por exemplo que possuem autonomia perto da casa dos 600 km.
- Reciclagem das baterias: Jörg Zimmermann, do IWKS relata “Os maiores desafios não estão apenas na recuperação de material de qualidade, mas começa logo no início com a desmontagem da bateria. Isso não funciona automaticamente.”
O texto de hoje aborda as curiosidades que cercam os veículos elétricos, que serão realidade em um futuro não tão distante. E aí, está ansioso para os veículos elétricos?
Espero que tenha curtido a leitura e nos vemos no próximo!
Publicado por: ,Henrique Horquen Martins