Já falamos por inúmeras vezes nesse tema aqui no nosso blog. Afinal, perdas no setor elétrico são sempre um assunto relevante e devemos encontrar um caminho para reduzi-las ao máximo.
Hoje nosso levantamento traz uma comparação entre os últimos 3 anos de dados disponibilizados pela Aneel, são eles: 2018, 2019 e 2020.
Nossa análise será em cima das perdas não técnicas, que são as perdas advindas dos furtos de energia (famosos gatos), erros de leitura e faturamento. As outras perdas, chamadas de perdas técnicas, são inerentes ao processo de transporte e distribuição de energia, e a competência para diminuição destas está mais para as áreas de tecnologia e engenharia com o desenvolvimento de equipamentos e materiais mais eficientes e esse não é o nosso objetivo nesse texto.
A ANEEL anualmente realiza um trabalho de relatar as perdas técnicas e não técnicas concretizadas anualmente, por regiões e por distribuidoras. Excelente trabalho de informação realizado pela agência. Todas as informações usadas aqui são vindas destes relatórios e os mesmos podem ser consultados no site da ANEEL.
Na imagem apresentada, expomos o percentual de perdas não técnicas em cada região do Brasil, sendo este o percentual em cima de toda energia injetada que não é faturada. Podemos ver que houve um leve aumento em todas as regiões nos últimos 3 anos, exceto no Sul, onde em 2018 foi maior.
Alguns fatores podem ter influenciado nesses valores, como a pandemia e privatizações, mas não há nenhuma conclusão real sobre isto, apenas especulação.
Percebe-se ainda que o norte tem um volume elevado de perdas, comparado aos outros estados, as distribuidoras desta região têm um trabalho enorme, pois a região fornece desafios gigantes em termos de topografia, clima e localização, visto a grande área e volume baixo de consumidores comparado ao sudeste, por exemplo. Só a título de comparação, o norte tem em torno de 5,6 milhões de consumidores e o sudeste em torno de 40,4 milhões.
Conforme a imagem acima, a média anual de perdas no Brasil em 2020 foi de 14,8%, sendo 7,5% de perdas técnicas e 7,3% de perdas não técnicas. O valor médio de perdas não técnicas é o maior nos últimos 12 anos.
Tendo uma noção geral por região do volume de perdas e percebendo que esse valor é considerável, a pergunta que fica é: “quem paga essa conta?”. E a resposta é: uma parcela quem paga é nós e a outra é concessionária.
Nós, consumidores de energia, pagamos por quem furta. Na média do Brasil, cerca de 3% da fatura de energia é para cobrir esta dívida. A ANEEL é responsável por definir o percentual de perdas que pode ser inserido na tarifa e cada distribuidora tem um percentual diferente.
Essa definição leva em conta o Índice de complexidade de cada distribuidora. Na imagem a seguir, é possível analisar o ranking retirado do relatório Perdas de Energia Elétrica na Distribuição – Edição 1 | 2021 feito pela Aneel.
Só para termos noção, a figura a seguir apresenta em ordem as distribuidoras por volume de perdas percentual sobre a energia faturada na baixa tensão.
Percebe-se que há uma relação entre as distribuidoras que tem o Índice de Complexidade maior com o volume de perdas maior.
A solução para isto é o desafio que temos pela frente. Nós da Fox IoT apostamos muito na tecnologia, acreditamos que setor elétrico deva adotar e incentivar soluções de tecnologia para combatermos este problema. Muito se fala nos últimos dias em crise energética, em racionamento, em faltas de chuvas, em novas fontes de energia, porém com a recuperação da energia perdida, podemos ter uma saída, talvez não resolva todo o problema, mas é um começo.
Tem interesse em conversar mais que soluções podem ser usadas para localização de perdas? Nós podemos auxiliar, entre em contato, vamos bater um papo!