As redes de eletricidade que atendem aos consumidores evoluíram ao longo de mais de 100 anos. No entanto, o atual sistema de distribuição está enfrentando muitos desafios devido ao crescimento da população e ao aumento do uso de energia em vários sistemas. Nos últimos tempos, o consumo de energia dos usuários finais aumentou muito. Juntamente com isso, estão os fatores limitantes, como os preços elevados da energia elétrica e os altos volumes de perdas.
As perdas de energia consistem na diferença entre a energia injetada no sistema elétrico e a energia medida pelas distribuidoras nas unidades consumidoras. As perdas são separadas em dois grupos que são: perdas técnicas e as perdas não técnicas. Diferente das perdas técnicas que são inerentes à atividade de distribuição de energia elétrica, as perdas não técnicas estão relacionadas a furtos de energia, erros de medição, erros no processo de faturamento, unidades consumidoras sem equipamento de medição, dentre outros. A Figura a seguir mostra um gráfico que compara as perdas de energia elétrica de 2018.
Fonte: ANEEL (2019).
E quanto isso corresponde ao bolso das concessionárias? Não considerando os tributos, o valor total das perdas é de aproximadamente R$ 14 bilhões. Deste valor, as perdas técnicas correspondem a R$ 7,1 bilhões. Já as perdas não técnicas de energia causam um prejuízo de aproximadamente R$ 6,6 bilhões por ano. Uma parcela destes valores são repassados ao consumidor nas faturas de energia, atualmente este valor representa 3% do montante da fatura.
O grupo CPFL Energia, no combate às perdas não técnicas, compartilhou as principais fraudes detectadas nos últimos 12 meses e foram localizadas de acordo com o gráfico a seguir.
Fonte: CPFL (2019).
A ANEEL também relatou as perdas não técnicas das concessionárias. Segundo a análise, em 2018, as 15 distribuidoras com maiores perdas comerciais representaram quase 80% das perdas não técnicas do país, sendo elas Light (RIO) e Amazonas com os maiores índices.
Fonte: ANEEL (2019).
E o que pode ser feito no combate das perdas de energia?
Cada distribuidora de energia, a partir das perdas não técnicas e suas áreas de concessão desenvolvem projetos, ações e programas de combate ao furto de energia. Algumas destas ações serão abordadas a seguir.
Medidores Inteligentes
Um medidor inteligente é um dispositivo eletrônico que registra informações como consumo de energia elétrica, níveis de tensão, corrente e fator de potência. Suas vantagens em relação aos medidores de energia convencionais é a possibilidade de comunicação. Os medidores inteligentes também registram em tempo real o consumo de energia e as grandezas instantâneas ao longo do dia.
Outra vantagem dos medidores inteligentes é o envio das informações para um sistema central.
Redes com proteção a perdas não técnicas
Este tipo de rede tem como foco dificultar o furto na rede. Para isto, os cabos de distribuição são blindados, são instalados os conectores com os ramais de ligação para as casas e os postes também são mais altos e mais próximos à média tensão.
A medição no transformador é uma etapa importante para o supervisionamento de furtos. Com a medição é possível detecção de problemas na rede, surtos ou extrapolação de demanda em tempo real.
Estas são algumas das iniciativas realizadas pelas concessionárias no combate às perdas não técnicas. A fim de auxiliar as distribuidoras, a Fox IoT atua no desenvolvimento de medidores inteligentes para o monitoramento de transformadores em tempo real utilizando comunicação sem fio. A digitalização das redes de energia busca tornar os processos mais eficientes e ágeis, aumentando as informações em tempo real do sistema e melhorando a assertividade das equipes no combate às perdas, tornando a energia mais barato aos consumidores em geral e aumentando a lucratividade das distribuidoras.
Para mais informações, entre em contato 😉
Publicado por: Henrique Martins